sábado, 22 de outubro de 2011

Adorar Imagens?

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Uma das mais frequentes acusações que nós, católicos, sofremos de nossos irmãos
protestantes, é a de praticar a "idolatria", porque, segundo eles, "adoramos" imagens.
Trata-se de uma acusação absolutamente sem fundamento, que somente se explica pelo
desconhecimento da Palavra de Deus. Com efeito, os protestantes falam esse tipo de
coisa dos católicos, muitas vezes com violência e de modo agressivo, simplesmente
porque não sabem o que é idolatria.


Idolatria não é o uso de imagens no culto divino, mas prestar a uma criatura o culto de
adoração que devemos exclusivamente a Deus. É por isso que São Paulo Apóstolo
nos adverte que a avareza é uma idolatria (cf. Col 3,5), uma vez que o avarento coloca o
dinheiro no lugar de Deus, como o valor supremo de sua vida.

Todo o comportamento humano depende de valores: é em vista de um determinado valor
que escolhemos agir de um modo ou de outro. Se, por exemplo, preferimos gastar nosso
tempo dando catequese para crianças, é porque essa opção nos pareceu mais valiosa do
que outras.



Assim sendo, a forma como ordenamos as nossas ações vai depender de como
hierarquizamos os valores que adotamos para reger nossas vidas. Se colocamos como
valor supremo o prazer da vida corporal, certamente não poderemos levar uma vida de
pureza e abnegação. Todavia, a forma como hierarquizamos esses valores, em nossa
subjetividade, deve coincidir com a hierarquia objetiva dos valores presente no
universo. Se isto não se der, haverá uma distorção entre a forma com que vemos o
mundo e o próprio mundo.



Repetindo: a nossa hierarquia subjetiva de valores deve coincidir com a ordem objetiva de
valores presente no cosmos. Se não for assim, estaremos dando a certas coisas mais
importância do que elas merecem, enquanto a outras não prestamos o devido valor. Isto é
introduzir a desordem em nossa alma, é quebrar a harmonia que deve existir em nosso
interior.



Ora, o que há de mais importante no universo é Deus, pois é Ele quem o criou e sustenta
no ser. Todo o cosmos depende
de Deus para existir. Logo, também em nossa hierarquia
de valores, Deus deve ocupar o primeiro lugar, como valor supremo. Todos os demais
valores e ideais devem submeter-se a ele. Quando colocamos outro bem, valor ou ideal
no lugar que é exclusivo de Deus, destoamos da ordem do cosmos e caímos na idolatria.
Afinal de contas, todo o universo canta a glória de Deus (cf. Sl 18,2). Diz o salmista:
"Louve a Deus tudo o que vive e que respira, / tudo cante os louvores do Senhor!" (Sl
150,5).



Quem, portanto, não coloca a Deus como valor supremo de sua vida, não apenas nega a
adoração exclusivamente a Ele devida, como também prejudica a si próprio. Por isso
Deus ordenou no primeiro mandamento de sua Lei: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim" (Ex
20,2-3). Do mesmo modo o Senhor Jesus, quando repeliu o demônio que o tentava,
repetiu o preceito: "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás" (Mt 4,10).
Todavia, se devemos adorar somente a Deus, isso não significa que não devemos honrar
e invocar seus santos e anjos.



O mesmo Deus que ordenou que adorássemos só a Deus,
também mandou honrar os pais (cf Ex 20,12), as autoridades públicas (cf. Rom 13) os
nossos superiores e as pessoas mais idosas. Prestar honra a essas pessoas, simples
criaturas, em nada prejudica a adoração devida exclusivamente ao Criador.
Se devemos honrar os governantes deste mundo, quanto mais os anjos, de cujo
ministério Deus se serve para governar não só a Igreja, como também todas as coisas
criadas.



 Foi por isso que Abraão prostrou-se diante dos três anjos que lhe apareceram em
forma humana, para anunciar o nascimento de seu filho Isaac (cf. Gen 18,2).
Ensina a Igreja e a Sagrada Escritura que desde o início até a morte a vida humana é
cercada pela proteção e intercessão do anjo da guarda: "Eis que eu enviarei o meu anjo,
que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho" (Ex 23,20). Pela invisível assistência dos
anjos, somos quotidianamente preservados dos maiores perigos, tanto da alma como do
corpo. Com a maior boa vontade, patrocinam a nossa salvação e oferecem a Deus as
nossas orações e nossas lágrimas.



O Senhor Jesus advertiu que não se devia dar
escândalo aos pequeninos, porque "seus anjos nos céus vêem incessantemente a face
de seu Pai, que está nos céus" (cf. Mt 18,10). Se os anjos contemplam a Deus sem
cessar, por que não seriam merecedores de grande honra?



Também o culto aos santos, longe de diminuir a glória de Deus, lhe dá o maior incremento
possível. Canta a Virgem Maria no Magníficat que "o Poderoso fez em mim maravilhas"
(Lc 1,49). Quando honramos retamente um santo, proclamamos as maravilhas que a
graça de Deus operou na vida dele. Como se diz no Prefácio dos Santos, "na assembléia
dos santos vós sois glorificado e, coroando seus méritos, exaltai vossos próprios dons". A
santidade que veneramos nos homens santos é dom do único Santo. Honrando os
santos, glorificamos a Deus que os santificou.



Deus é um Pai amoroso, a quem muito agrada ver seus filhos intercedendo uns pelos
outros. Ademais, quis associar suas criaturas na obtenção e distribuição de suas graças.
Muitas coisas Deus não as concede, se não houver a intervenção de um intercessor. Para
que os amigos de Jó fossem perdoados, por exemplo, foi necessária a sua intercessão:

"O meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que se não vos
impute esta estultícia, porque vós não falastes de mim o que era reto" (Jó 42,8). Também
não é sinal de falta de fé em Deus, recorrermos à intercessão dos santos em nossas
orações. O centurião, por exemplo, recorreu à intercessão dos anciãos dos judeus (cf. Lc
7,3) para que Jesus curasse seu servo, mas nem por isso o Senhor deixou de enaltecer
sua fé com os maiores elogios: "Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em
Israel" (Lc 7,9).



É verdade que temos um único Mediador na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor. Só
Ele nos reconciliou com o Pai pelo oferecimento de seu precioso sangue, entrando uma
só vez no Santo dos Santos, consumou uma Redenção eterna (cf. Hebr 9,11-12) e não
cessa de interceder por nós (cf. Hebr 7,25).



Todavia, o fato de termos um único Mediador
de Redenção, não significa que não podemos ter junto dele outros mediadores de
intercessão. Se recorrer à intercessão dos santos prejudicasse a glória devida
unicamente a Cristo Mediador, o Apóstolo Paulo não pediria, com tanta insistência, que
seus irmãos rezassem por ele: "Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e
pela caridade do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a
Deus" (Rom 15,30). "Se vós nos ajudardes também, orando por nós..." (2Cor 1,11). Se as
orações dos que vivem nesta terra são úteis e eficazes para que sejamos ouvidos por
Deus, quem dirá as orações daqueles que já estão em glória, contemplando a Deus face
a face.



No livro dos Atos dos Apóstolos, conta-se que "Deus fazia milagres não vulgares por mão
de Paulo, de tal modo que até, sendo aplicados aos enfermos os lenços e aventais que
tinham tocado no seu corpo, não só saiam deles as doenças, mas também os espíritos
malignos se retiravam" (At 19,11-12). E também que "traziam os doentes para as ruas e
punham-nos em leitos e enxergões, a fim de que, ao passar Pedro, cobrisse ao menos a
sua sombra algum deles" (At 5,15). Se as vestes, os lenços e a sombra dos santos, já
antes de sua morte, removiam doenças e expulsavam demônios, quem será louco de
dizer que Deus não possa fazer os mesmos milagres por intermédio deles, depois de
mortos?



E também disso as Sagradas Escrituras dão testemunho, quando se narra o
episódio do cadáver lançado na sepultura do profeta Eliseu: "Logo que o cadáver tocou os
ossos de Eliseu, o homem ressuscitou e levantou-se sobre os seus pés" (2Rs 13,21).
Todavia, se devemos honrar e venerar os santos e anjos como fiéis servidores do Senhor,
é gravíssimo pecado colocá-los no lugar de Deus, prestando-lhes culto de adoração.
Este abuso é estranho a verdadeira doutrina católica.



Quanto às imagens, é verdade que o Antigo Testamento proibia que fossem feitas: "Não
farás para ti imagem alguma do que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra,
nem do que há nas águas debaixo da terra" (Ex 20,4). Todavia, precisamos compreender
a razão desta proibição.



Os hebreus viviam no meio de povos idólatras, cujos deuses eram concebidos como
tendo formas visíveis, muitas vezes com figura de animais. Para ressaltar a
transcendência e a espiritualidade do Deus verdadeiro, este preceito proibia que os
israelitas representassem a divindade com imagens. Com efeito, Deus em si mesmo não
está ao alcance da nossa vista: é um ser puramente espiritual, não tem corpo, não cabe
nos limites do espaço, nem pode ser representado por nenhuma figura. "Não vistes figura
alguma no dia em que o Senhor vos falou sobre o Horeb do meio do fogo" (Dt 4,15).
Todavia, a encarnação do Filho de Deus superou a proibição de se fazer imagens. Isso
porque, quando "o Verbo se fez carne, / e habitou entre nós" (Jo 1,14), Ele se tornou
visível a nós como homem. Invisível em sua divindade, Deus se tornou visível na
humanidade de nossa carne. Como diz o Prefácio do Natal do Senhor, "reconhecendo a
Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não
vemos".



A diferença do cristianismo com todas as outras as religiões é que o nosso Deus se
fez homem. O centro da Fé cristã é o mistério de Jesus Cristo, Deus e homem
verdadeiro. Perfeitamente homem, sem deixar de ser Deus. Mesmo depois da
Ressurreição, o Cristo manteve a sua natureza humana na sua integridade e perfeição,
como fez questão de sublinhar aos Apóstolos: "Olhai para as minhas mãos e pés, porque
sou eu mesmo; apalpai, e vede, porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós
vedes que eu tenho" (Lc 24,39). Até hoje, no Céu, dentro do peito de Jesus bate
incessantemente um coração de carne, em suas veias corre sangue verdadeiramente
humano.



Jesus Cristo é "a imagem visível de Deus invisível" (cf. Col 1,15). Se antes eu não podia
fazer imagens de Deus, pois enquanto tal Ele é invisível; após a Encarnação do Verbo eu
não apenas posso como devo fazer imagens, para atestar que Deus se fez visível aos
olhos dos homens. Ensina São João Damasceno: "Quando virmos aquele que não tem
corpo tornar-se homem por nossa causa, então poderemos executar a representação de
seu aspecto humano. Quando o Invisível, revestido de carne, torna-se visível, então
representa a imagem daquele que apareceu..."



Assim sendo, toda vez que honramos uma imagem sagrada, damos testemunho da nossa
Fé no mistério da Encarnação do Filho de Deus. Portanto, quem renega as imagens, de
certo modo atenta contra a fé nesse mistério. Este foi o critério que São João propôs para
discernir o anticristo: "Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne, é de
Deus; todo espírito que divide Jesus, não é de Deus, mas é um anticristo, do qual vós
ouvistes que vem, e agora está já no mundo" (1Jo 4,2-3).
Rejeitar as imagens sagradas é voltar à Antiga Lei, quando Deus ainda não tinha se feito
homem. Quem defende isso, para ser coerente, deve também praticar a circuncisão e
guardar o sábado, como é prescrito na Lei de Moisés. Para essas pessoas, o Cristo não
veio ainda.



Portanto, beijar uma imagem ou acender diante dela uma vela não são práticas
idolátricas, mas atos de piedade. Somente pessoas ignorantes, que não compreendem os
dogmas da Fé em seu verdadeiro sentido, podem ter a audácia de chamar de idolatria
essas práticas.





Quem venera uma imagem, venera a pessoa que nela está representada. Aquilo que a
Bíblia nos ensina com palavras, as imagens nos anunciam com figuras visíveis. A imagem
re+presenta, ou seja, torna presente a pessoa simbolizada. Por isso podemos rezar
diante das imagens como se estivéssemos diante das personagens que elas
representam. Todavia, não podemos confundir essa presença, que é meramente uma
presença simbólica, com a presença real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento
da Eucaristia. Na imagem Jesus está presente como em um símbolo, na Eucaristia como
realidade substancial. Por isso, diante do Santíssimo Sacramento fazemos genuflexão,
diante de uma imagem fazemos o sinal-da-cruz ou uma simples reverência de cabeça.

Prefácio dos Santos, I
(Missal Romano)
Na verdade, é justo e necessário,
é nosso dever e salvação dar-vos graças,
sempre e em todo lugar,
Senhor, Pai santo,
Deus eterno e todo-poderoso.
Na assembléia dos santos vós sois glorificado
e, coroando seus méritos, exaltai vossos próprios dons.
Nos vossos santos ofereceis
um exemplo para a nossa vida,
a comunhão que nos une,
a intercessão que nos ajuda.
Assistidos por tão grandes testemunhas,
possamos correr, com perseverança,
no certame que nos é proposto
e receber com eles a coroa imperecível,
por Cristo, Senhor Nosso.
Enquanto esperamos a glória eterna,
com os anjos e todos os santos,
nós vos aclamamos,
cantando a uma só voz:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hosana nas alturas!
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana nas alturas!
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Nota Minha: Portanto meus caros irmãos em Cristo, não tenham medo de ter, nem de rezar diante das imagens, faça em sua casa seu altarzinho, seu lugar reservado para orações, pois Jesus fica muito feliz de saber que você se preocupa em reservar na sua morada um espaço para ele.
Tenha sempre um crucifixo em sua casa, e olhe todo dia para ele e diga “foi por mim que ele se entregou naquela cruz", pois, essa pratica te ensinará a amar mais a Nosso Senhor.

Salve Maria!


Fonte: Rodrigo R. Pedroso

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