São Francisco de Assis
Biografia
São Francisco nasceu em 1181/1182 em Assis na Itália, foi batizado com o
nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois
para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone era comerciante e
viajava muito a França, mudou o nome do filho em homenagem ao local que
fazia bons negócios.
Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os
comerciantes. Os nobres se refugiam em Perusa uma pequena cidade
próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano até o ano
de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara.
Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua
conversão gradual, se dedica a dar esmolas e oferece até suas roupas
aos pobres, tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas
mundanas. Até que ele se encontra com um leproso, lhe dá esmola e um
beijo, e este acontecimento marcou tanto a vida dele que, dos muitos
fatos ocorridos em sua vida, este foi o primeiro que entrou em seu
Testamento, "pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma
e do corpo".
Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São
Francisco, nas ruínas da da igraja São Damião recebeu do crucificado o
mandato de restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco
pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas:
a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.
Seu pai, envergonhado do novo gênero de vida adotado por
Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e,
diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro
gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança:
despindo, ali, suas vestes, Francisco exclamou: "... doravante não
direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..."
A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a
ordem franciscana, cresce o número de companheiros, 1209 já são 12.
Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova
em 1210, e cujas diretrizes principais eram pobreza e humildade, surge
assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.
No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada
Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de
pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge
a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram
casados ou tinham suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou
irmãs religiosas, mas queriam seguir os ideais de Francisco, não
ficaram na mão: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira
Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam em
suas atividades na sociedade, vivendo o Evangelho.
A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219
houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e
França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente.
Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no
mesmo ano de 1219 São Francisco se demite da direção da Ordem.
Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma
nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de novembro de 1223 que
foi aprovada pelo papa Honório. É a que vigora até hoje.
Em 1224 no dia 17 de setembro São Francisco recebeu as
chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo, este fato ocorreu no
Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades.
Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226,
dentre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois
anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas
vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre aos 03 de outubro de 1226,
num sábado.
Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praça
de Assis diante do bispo, do pai e amigos. Morreu ouvindo o Evangelho
de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os
primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos.
Foi sepultado no dia 04 de outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São
Jorge, na cidade de Assis.
São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de outubro.
Em 25 de maio de 1230 os ossos de São Francisco foram
levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para
ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores
Conventuais.
São Francisco e o amor à missão
“O que é a vida de São Francisco, convertido, senão um grande ato de amor?”(Bento
XVI). Estamos diante de um santo como São Francisco, que mundialmente e por
várias gerações, sempre despertou em vários jovens uma atração e fascinação a
pessoa de Cristo. Mas como é possível, vencer o transcurso dos anos e a
diversidade cultural, tornando-se assim viva e atrativa a sua memória entre os
homens? Sim, é o belíssimo testemunho de São Francisco que atraiu, atrai e
atrairá muitos homens e mulheres, de todas as idades e culturas, a uma
profissão de amor a Jesus Cristo, que se resume a um convite: O amor não é
amado, por isso vamos amar o amor!
Assim, São Francisco de Assis, com a sua conversão,
representa não só um marco para a sua vida pessoal, mas também um marco
para a Igreja Católica. E o que fez da conversão de São Francisco um marco para
a história da humanidade? Simplesmente a sua missão, pois a sua conversão
lançou este a um lançar-se ao serviço de Deus: “Vai Francisco, reconstrói a
minha casa!”
“Busca da paz, a salva-guarda da natureza, a promoção do
diálogo entre todos os homens. Francisco é um verdadeiro mestre em tudo isto.
Mas o é a partir de Cristo - declarou - Cristo é, de fato, “nossa paz”. Cristo
é o próprio princípio do cosmos, pois nEle tudo foi feito” (Bento XVI).
São os grandes temas atuais que ainda hoje recebem grande
influência da missão de São Francisco. Mas afinal, por que o alcance da missão
de São Francisco foi tão amplamente abrangente? Foi pelo fato da sua grandiosa
experiência do amor de Deus que o fez assim responder sob ação da graça de Deus
aos grandes questionamentos dos homens: Por que sofremos? Por que vivemos? De
onde vem o mau? Como vencer o pecado? Como amar a Deus e aos irmãos? Como
alcançar a paz? Qual é a verdadeira riqueza? Como ser obediente? Como ser puro
de coração?
São tantas perguntas que brotam no coração do homem, mas que
em São Francisco, foram transformadas em gestos de amor, por meio de uma vida
convertida a Jesus Cristo. Enfim, é o seguimento a Jesus Cristo que faz do
homem um ser pleno, e em São Francisco observamos um grande testemunho de
radicalidade evangélica.
“Servir aos leprosos até beijá-lo não foi só um gesto de
filantropia, uma conversão, por assim dizer, “social”, mas uma autêntica
experiência religiosa, ordenada por iniciativa da graça e do amor de Deus”
(BENTO XVI). Em nossas vidas, podemos também ser um testemunho vivo de
superação na nossa missão no qual Deus no confiou. Por isso, é importante, a
exemplo de São Francisco, saber disso: Deus nos fez para amar, em vista de uma
missão e para nos ofertarmos a Deus, de forma livre e responsável. Só assim
poderemos unir e tornar pleno o sentido dessas duas palavras: AMOR E MISSÃO.
Parte da Graça de Deus, pois a conversão de São Francisco não é meramente um
voluntarismo de São Francisco, mas sim, primeiramente e completamente, um olhar
de amor de Deus ao homem, para assim, sob ação da graça, o homem possa
reconhecer Deus como centro da sua vida, e se tornar obediente ao apelo de
Deus: Amor e Missão.
“Era uma missão que começava com a plena conversão de seu
coração para converter-se depois em fermento evangélico espalhado nas mãos
cheias na Igreja e na sociedade” (BENTO XVI). Enfim, São Francisco ensina-nos o
marco inicial da sua missão: O encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado que
passou pela cruz! Que nesse encontro gera uma conversão em vista de uma missão.
Por isso, devemos unirmos ao louvor seráfico de São Francisco, como cumprimento
pleno da vontade de Deus para nossas vidas: sede santos! Para amar a Deus e aos
homens dentre de uma missão no qual Deus nos confiou. Possamos nesse dia,
unidos a graça da ressurreição de Cristo, louvar a Deus por tudo que Ele
realiza em nossas vidas, e pela nossa missão, pedindo a Deus um renovar e um
aprofundar na dimensão de sermos missionários, pela graça do nosso batismo e do
amor de Deus que nos foi derramado pelo Espírito Santo em nossos corações!