sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nossa Senhora

Nota: Caríssimos irmãos proponho esta exuberante reflexão sobre o papel da Santa Virgem Mãe de Deus na história da salvação. Vejam bem: esta meditação foi do dia de Nossa Senhora da Conçeição que é precisamente celebrado no dia 08 de Dezembro, quer dizer não é atual para hoje, mas o meu alvo é outro, é simplismente que a gente reflita sobre a missão da Virgem Maria na obra salvífica de Jesus, pois, estamos se aproximando do mês de Maio, que é um breve tempo que a igreja dedica e intensifica a devoção a Santa Mãe de Deus. (Roberto)
Solenidade da Imaculada Conceição
 “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça, como a noiva ornada de suas jóias” (Is 61,10). – Estas palavras do Profeta Isaías, com toda razão a Igreja as coloca hoje na boca da Virgem Maria. De fato, estas palavras exprimem bem o mistério da Festa de hoje, a Imaculada Conceição da Toda Santa Mãe de Deus.
            Hoje, caríssimos, no ventre da velha Ana foi concebida a Virgem Maria. Que há de maravilhoso nisso? Dizem as antigas fontes cristãs que Ana era já idosa e estéril como Sara, a esposa de nosso pai Abraão, como Isabel, a esposa do velho Zacarias. Pois bem, idosa e estéril, também Ana gerou no seu ventre uma filha! É obra de Deus: onde não há vida ele faz a vida brotar; onde já não há mais futuro, ele faz o futuro acontecer! Bendito seja o nome do Senhor, Deus da vida, Senhor que nos abre a porta da esperança! Mas, o mistério da Festa de hoje, a alegria da Igreja neste dia, é por um acontecimento ainda maior, um mistério ainda mais admirável! Eis a surpresa, eis a obra estupenda do nosso Deus: esta filhinha concebida hoje no ventre da velha Ana, desde o primeiro momento de sua conceição, foi preservada por Deus de todo vínculo do pecado que pesa sobre a nossa raça. O salmista diz: “Minha mãe já concebeu-me pecador!” (Sl 50/51,7). Estas palavras não se aplicam à Virgem Maria! Desde o primeiro instante de nossa existência, todos somos marcados pela quebradura provocada pelo pecado de nossos antepassados... Não assim a Virgem Maria! Ela, desde o primeiro instante de sua existência, por pura graça de Deus, foi preservada do pecado original. O mesmo Deus que “antes da fundação do mundo no escolheu em Cristo para que fôssemos santos e irrepreensíveis sob seu olhar, no amor”, o mesmo Senhor Santo que “nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão de sua vontade”, ele mesmo, por causa do Filho Jesus e pelos méritos do Filho Jesus, o “Cordeiro sem defeitos e sem mácula, conhecido antes da fundação do mundo” (1Pd 1,19s), predestinou e preservou de toda mancha do pecado a Virgem Maria, futura mãe escolhida para o seu Filho! Assim, desde o primeiro momento de sua existência, a Virgem Maria foi revestida da justiça de Deus, foi justificada em Jesus Cristo, foi ornada de santidade como uma noiva ornada com suas jóias pelo Noivo divino! Por isso mesmo, a liturgia da Igreja coloca na boca da Virgem Santíssima as palavras do salmo 29: “Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes e não deixastes rir de mim meus inimigos!”.Com efeito, caríssimos, a todos nós o Senhor arrancou da lama do pecado pela graça da sua Páscoa. Mas, à Virgem Maria, ele sequer deixou que a lama do pecado nela tocasse! Por isso, o Arcanjo Gabriel a saúda como “Toda Agraciada”, por isso também, a própria Virgem exulta dizendo: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor!” (Lc 1,48) Meus caros em Cristo, hoje nós estamos aqui reunidos em torno do Altar sagrado para proclamar todas essas grandes coisas que o Senhor realizou em nosso favor na vida da Virgem Maria!
            É tão belo, tão significativo, agora que estamos cheios de santa ansiedade na preparação para o próximo Natal do Senhor, celebrar a Conceição Imaculada da Virgem Maria. Ela já aparece como a doce Aurora do Dia da Salvação. A sua Imaculada Conceição, o dom imenso da sua vitória sobre o pecado já prenuncia Aquele que, vindo dela, esmagará a cabeça da antiga Serpente, do inimigo da nossa raça! É por causa do Salvador, por causa daquele que tira o pecado do mundo, que a Virgem foi preservada do pecado. Deus, “a fim de preparar para o seu Filho mãe que fosse digna dele, preservou Nossa Senhora da mancha original, enriquecendo-a com a plenitude da sua graça. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha que tira os nossos pecados!”
            Caríssimos, vivemos atualmente num mundo em que o pecado parece ter mais força que nunca! Nossa civilização cada vez mais vai voltando as costas para a luz do Cristo: descrença, humana soberba, impiedade, imoralidade, orgulho, violência, materialismo, consumismo, egoísmo, falta de solidariedade e compaixão, desrespeito pela vida humana e pelas leis de Deus – eis as marcas da nossa cultura, mais e mais transformada em “cultura de morte”. E, no entanto, não temos o direito de perder a esperança! A Festa deste hoje nos mostra e nos faz experimentar na solene Liturgia o quanto o Cristo vence a treva do pecado, vence os laços da antiga Serpente, vence as marcas da morte! A Imaculada Conceição de Maria é Aurora que nos garante que jamais as trevas vencerão o Cristo que, saído do ventre da Virgem, brilhou como luz para o mundo! Como afirmava Santo Efrém, o grande doutor da Igreja síria, Maria é o “santuário imaculado no qual Deus habitou. Maria gerou Deus, que enche o mundo de bênção e trouxe a vida ao mundo!” Por isso mesmo, diz o santo Doutor que “é grande o mistério da Virgem puríssima e supera toda língua, pois ela acolheu no seu seio o rio da vida que com as suas águas irrigou o mundo e vivificou todos os mortos!”
            Meus caros, o cristão não deve ser um iludido! Sabemos que os sinais de treva, de dor, de pecado com todas as suas tristes conseqüências marcam ainda o nosso tempo e até mesmo o nosso coração. Mas, sabemos também que o Deus nascido da Virgem é o mesmo que vence o pecado e a morte, o mesmo em quem já experimentamos a graça da salvação, o mesmo em quem nos sabemos mais que vencedores! Voltemo-nos, então, para aquela que hoje foi concebida sem pecado e, do fundo de nossa humana miséria, clamemos, com as intensas palavras da Liturgia oriental: “Bendita Mãe de Deus, abre-nos a porta da tua benevolência! Não fique desiludida a nossa confiança, que espera em ti! Livra-nos das nossas adversidades! Tu és a salvação do gênero humano! É tão grande o número dos meus pecados, ó Mãe de Deus! A ti recorro, ó Imaculada, a procura de salvação! Consola a minha alma desolada e pede ao teu Filho nosso Deus, que me conceda o perdão dos meus pecados, ó única Imaculada, única bendita! Deposito em ti toda a minha esperança, ó Mãe da Luz! Acolhe-me sob a tua proteção!”
            Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

Dom Henrique Soares da Costa, 
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju.

Oração a Nossa Senhora da Conceição

Virgem Santíssima, 
que fostes concebida sem o pecado original 
e por isto merecestes o título 
de Nossa Senhora da Imaculada Conceição 
e por terdes evitado todos os outros pecados, 
o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: 
"Ave Maria, cheia de graça"; 
nós vos pedimos que nos alcanceis 
do vosso divino Filho o auxílio necessário 
para vencermos as tentações 
e evitarmos os pecados e, 
já que vós chamamos de Mãe, 
atendei-nos com carinho maternal 
e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. 
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.

As causas da aprovação do Aborto pelo STF no Brasil


Entrevista com especialista em bioética, Padre Hélio

Por Thácio Siqueira
BRASILIA, quarta-feira, 18 de Abril de 2012 (ZENIT.org) – Diante da aprovação do STF sobre o aborto dos anencéfalos Zenit entrevistou o padre Hélio, expert da área de bioética, com a finalidade de refletir um pouco mais sobre as causas dessa aprovação.
O Pe. Hélio é sacerdote diocesano da diocese de Florianópolis (SC), graduado em odontologia pela UFSC, no Brasil, graduado em filosofia e teologia pela Universidade de Navarra, na Espanha, Mestrado em bioética pela mesma Faculdade; Mestrando em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (PUSC), na Itália, doutorando em bioética pela Faculdade de Medicina do Campus Biomedico di Roma (UNICAMPUS), na Itália e Mebro da Comissão de Bioética da CNBB. Para contato: hélio_bioetica@hotmail.com
A seguir publicamos a entrevista:
***
O senhor acaba de retornar ao Brasil depois de um período de estudos na Europa. E chegou bem na hora em que o STF aprovava o aborto de bebês anencéfalos. Ainda que os Ministros Brasileiros tenham se sentido portadores de Novas idéias e Revoluções Éticas e Morais, o senhor não acha que estamos diante de pensamentos antigos, que pelo menos há uns dois ou três séculos invadiram o mundo Cristão Ocidental com mais força?
Sem nenhuma dúvida. Toda essa “pseudo-revolução” atual no Brasil – liderada por “pseudo-intelectuais” – não é nada novo na história da humanidade. São ideias da Idade Moderna (séculos XV a XVIII), que foram redesenhadas na primeira metade do século XX e que agora, atrasadamente, chega ao Brasil com maquiagem de ideias pós-contemporâneas. Insisto que é um movimento liderado por “pseudo-intelectuais”, pois não representam de nenhum modo o pensamento e os valores defendidos pela sociedade brasileira. Estes “líderes” querem colocar em prática ideias da Revolução Francesa com o objetivo de “iluminar” o povo brasileiro – mesmo que seja necessário ir contra a vontade deste povo.
Para o senhor, que acaba de chegar ao Brasil, qual é a impressão que tem ao ver um país com maioria Católica aprovar algo que vai contra a Moralidade Cristã e até mesmo contra a Razão científica e médica? 
Como você bem diz na pergunta, a decisão contra a vida das crianças anencéfalas não foi apenas uma decisão contra valores cristãos ou católicos. Foi uma aberração jurídica, científico-positiva, ética e moral. O Supremo Tribunal Federal não é competente para realizar a interpretação de uma lei de modo contrário à própria letra da lei, principalmente quando o texto está claramente redatado – este é um princípio básico de hermenêutica jurídica. A questão científica é clara: trata-se de uma vida, pois se a criança estivesse morta não haveria nada para ser julgado. Quanto à ética, é de uma lógica natural que não podemos matar a um inocente. Por fim vem a questão moral, que, baseada na ética, pode ir mais além, assumindo também valores próprios de uma religião, no caso do Brasil a religião Católica e de um modo mais geral as religiões cristãs. Ir contra esses valores não é proclamar a laicidade do Estado, mas fechar os olhos para os valores próprios e históricos de uma nação.
Será que mais do que uma aprovação do Aborto não se busca uma afirmação de um Governo Laicista que pretende mostrar o seu poder diante de tudo o que seja Religião, principalmente diante daquela instituição que tem maior presença como é a Igreja Católica?
Voltamos aqui à questão do modernismo/ Iluminismo. A intenção é fazer que o Estado assuma totalmente a função da religião e tentam fazer isso eliminando os valores próprios da Igreja, como se estes valores não tivessem base no próprio modo de ser humano e não constituíssem os valores e a identidade da Nação. Um Estado laico é necessário – a separação entre Igreja e Estado foi um grande avanço para ambas instituições – porém um Estado laicista, que, ao invés de independência da Religião tenta fazer-se contrário à mesma, é um Estado que desrespeita uma dimensão fundamental do homem – a religiosa.
Porém, esquecem que é justamente através dessas manobras laicistas que despertarão “o Gigante brasileiro”, que possui “filhos que não fugirão à luta”.
As vezes parece que, na nossa "sociedade democrática", todos podem opinar, menos os cristãos e menos ainda os católicos. O senhor acha o mesmo?
Se por democracia entendemos um governo representativo dos valores da população, isso não deveria ser assim. Porém, se a interpretação de “sociedade democrática” for a mesma de “sociedade laicista”, o que haverá – e de fato há – será uma clara discriminação e preconceito a todos os tipos de valores não só religiosos, mas também éticos e morais.
Hoje em dia o único preconceito válido é contra a Igreja e contra os sacerdotes – para este preconceito não existe lei nem punição.
Os argumentos utilizados para defender o aborto do bebê anencéfalo, às vezes, são comoventes e com histórias que parecem convincentes. Escuta-se muito por aí, até mesmo de católicos fervorosos e estudados, que seria muito melhor "interromper" a gestação e que esta interrupção não poderia ser chamada de aborto, já que o ser que estava no ventre materno não estava vivo e nem era uma pessoa. O que o senhor acha disso?
Se não fosse vivo não poderia ser cometido um aborto. Alguns dirão, é vivo, mas não seria humano. Essas pessoas teriam que explicar que espécie de vida seria então – Vegetal? Animal? Com DNA humano?
Os argumentos nesses casos sempre exploram o “sentimentalismo” tão característico do povo brasileiro. Mas não são argumentos racionais e nem mesmo verdadeiros.
Não podemos negar que se trata de uma situação muito complicada para a mãe, pois sabe que o seu filho, que carrega no ventre, não viverá muito tempo. Porém sabemos que mesmo sentimentalmente as mães sofrerão muito mais por terem sido “carrascos” ou mandantes da morte do seu próprio filho do que pela perda natural do mesmo.
Por exemplo, em grandes cadeias de televisão do nosso Brasil mostraram casos de mães que foram "obrigadas" a levar a gestação adiante e que hoje agradecem o governo brasileiro por terem libertado as mães do Brasil desta escravidão, de terem que levar nos seus ventres uma "criatura morta" e sem vida, sem terem a ajuda legal para poder interromper a gestação, ou seja, abortar. O que o senhor acha disso?
Infelizmente alguns meios de comunicação tem se esforçado por difundir ideias consideradas “politicamente corretas”, ainda quando contrárias à natureza própria do ser humano. A estratégia tem sido fazer acreditar que todo o Brasil está de acordo com essas ideias, sendo que o simples telespectador sente-se uma exceção.
Neste caso específico aproveitaram do sofrimento real dessas mães grávidas de anencéfalos para utilizá-las, estrategicamente. Porém não mostraram nenhum caso de mãe que tenha de fato abortado a seu filho anencéfalo, pois essa verdade não ajudaria na estratégia de aprovação.
Outra estratégia foi a de considerar anencéfalos somente os casos mais graves de anencefalia, desconsiderando – e consequentemente não mostrando – crianças anencéfalas já nascidas, como a menina Vitória, por exemplo, que já tem mais de dois anos e estava presente no julgamento do STF. Assim, a opinião pública foi induzida a acreditar que crianças anencéfalas não possuíam nem mesmo cabeça, ao mesmo tempo em que, na prática, se sabe que o diagnóstico de anencefalia é muito difícil de ser auferido e graduado. A partir de agora, todos os casos – inclusive o de crianças como a Vitória – tornaram-se passíveis de aborto.
A lei está aí. Sabemos que lei não é sinônimo de moralidade, mas podem realmente existir leis que vão contra a moralidade?
A lei humana deve sempre responder ao bem do homem e ao bem comum da sociedade. Caso contrário, deixa de ser uma lei e torna-se uma violência contra o homem e a sociedade. Sendo assim, cada pessoa tem a obrigação de desobedece-la.
O nosso dever agora é tentar frear o ativismo legislativo do Supremo Tribunal Federal que surgirá a partir desse juízo. Certamente, decorrente desse último juízo, não tardará a questão do aborto de crianças em outras situações graves. Além disso, de acordo com o voto de muitos dos juízes legitimando o aborto de anencéfalos pela incapacidade dessas crianças de vir a ter consciência plena, não duvidaria que o tema da eutanásia viesse a ser a seguinte polêmica.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nota da CNBB sobre o aborto de Feto Anencefálico





A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.
Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.
Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!
A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe.   Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção
Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.
A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

SINAIS DE DEUS PARA O NOSSO TEMPO

Tudo começou de novo com a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Passou o que era velho e tudo se fez novo, a partir de dentro, num dinamismo plantado no coração de cada cristão que recebe o Sacramento do Batismo. Caiu a velhice do pecado e do egoísmo, desmoronaram os muros da desconfiança, da inveja e do ciúme. Os cristãos exultam pela sua renovação espiritual, pois recuperaram com alegria a condição de filhos de Deus e podem esperar com plena confiança o dia da ressurreição (cf. Oração do III Domingo da Páscoa).
Descrever assim a vida pode parecer sonho, quem sabe, uma ilusão, ou otimismo ingênuo. Alguns chamariam utopia, por não perceberem que o sentido originário de palavra aponta para o lugar ideal a ser alcançado e não um projeto imaginário e impossível de se concretizar. É que os cristãos não têm medo de ver as coisas a partir dos olhos de Deus, enxergando, além de todas as chagas existentes no mundo, a grandeza o plano de Deus. “O olho de Deus sobre o mundo é o Coração de Cristo, mas a pupila é aquela ferida de amor! A ferida está no Coração de Cristo. Ele foi ferido porque manifestou por inteiro o amor. Ele é o amor do Pai vindo à terra, e nos amou dando tudo... E nós, se vivermos como Ele, poderemos olhar por dentro e ver a Deus, e o Pai pode olhar dentro da chaga do Coração de Cristo e ver a todos nós” (Chiara Lubich, cf. Nuova Umanità 2012/2, p. 167).
Após a Ressurreição de Jesus, seus discípulos tiveram que aprender este novo modo de compreender a vida (Lc 24,35-48). Ao mostrar-lhes suas mãos e seus pés, com as marcas da crucifixão, ele abriu-lhes os olhos. Não estavam diante de um fantasma! A experiência da presença do Ressuscitado foi novidade para todos. Madalena pensou estar diante de um jardineiro, os discípulos de Emaús o viam apenas como andarilho, os próprios apóstolos à margem do lago não o reconheceram. Os gestos de delicadeza, com que de várias formas se apresentou aos seus, foram mimos cujos frutos se multiplicam no correr dos séculos para as sucessivas gerações de cristãos, das quais nós somos, por enquanto, os últimos! Não é mais possível ver Jesus Cristo e os acontecimentos com os olhos da carne. Faz-se necessário dar o salto da fé!
Os primeiros discípulos de Jesus receberam a missão de espalharem pela terra uma vida nova e um modo novo para compreender o mundo e os acontecimentos. Cheios do Espírito Santo, eles começaram a pregar o Evangelho de Cristo. Quando experimentaram a incompreensão e a prisão, ficavam “alegres por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do santo Nome. E cada dia, no templo e pelas casas, eles não cessavam de ensinar e anunciar que Jesus é o Cristo” (At 5,41-42). Quando se desencadeou a perseguição e mataram Tiago, um dos Apóstolos (At 12,1), “a palavra do Senhor crescia e se espalhava cada vez mais” (At 12,24). Todos os períodos mais críticos e de maior sofrimento para a Igreja, com a força da Páscoa de Cristo, suscitaram novos frutos, quando acolhidos como chamado à fidelidade ao Senhor!
Até hoje, “no jardim da Igreja se cultivam as rosas dos mártires, os lírios das virgens, as rosas dos casados, as violetas das viúvas” (Santo Agostinho). Cada pessoa, segundo a vocação e o estado de vida que lhe foi concedido pelo Senhor, é chamada a “ser testemunha” (Lc 24,42). Sua vida fará referência a valores consistentes, que não se abalam com ameaças, segundo a orientação do Apóstolo: “Não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas e levados por todo vento de doutrina, ludibriados pelos homens e por eles, com astúcia, induzidos ao erro. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça” (Ef 4,14-15).
Comprometer-se com a verdade, denunciar o mal existente, indicando em Jesus Cristo o único caminho e o remédio eficaz, orar pelos que nos perseguem, tomar a iniciativa da caridade, perdoar sempre, valorizar mais o que une do que o que separa as pessoas, esperar com paciência a vitória do bem, são algumas das muitas possibilidades para oferecer o testemunho de Cristo em todos os tempos, inclusive o nosso, a partir do olhar da pessoa que entrou no Coração de Cristo, para ver tudo através da chaga aberta em seu peito. Ali, o cristão se sente cômodo, sem ser acomodado, para não ficar sossegado até que os confins da terra reconheçam que Jesus é o Senhor.

 Por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém  Fonte: (ZENIT.org)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Santo Sudário

 
Retirado do blog Defesa Católica
Ontem aqui em nosso blog,publicamos uma matéria que foi exibida no programa fantástico da rede globo,falando sobre a autenticidade ou não do Santo Sudário. E hoje aqui em nosso blog estaremos comentando e comparando sobre a matéria baseando-se num estudo que nosso Apostolado Pessoal já estudou sobre o assunto.
Em algumas partes da reportagem,acabou-se deixando uma dúvida a respeito não só da autenticidade do Santo Sudário,como também da Sagrada Escritura.
É bom deixar claro que tudo o que está escrito na Sagrada Escritura,é a palavra de Deus autêntica e verdadeira para um Cristão e por isso não há motivo para dúvida! Já com relação ao sudário também não deve ter dúvida sobre o assunto. No Evangelho de São João diz o seguinte:
“Saiu então Pedro, e aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Ora, eles corriam ambos juntos, mas aquele outro discípulo correu mais do que Pedro, e levando-lhe a dianteira, chegou primeiro ao sepulcro. E tendo-se abaixado, viu os lençóis postos no chão, mas todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu postos no chão os lençóis, e o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas estava dobrado num lugar à parte. Então pois entrou também aquele discípulo, que havia chegado primeiro ao sepulcro: e viu, e creu”. (Jo, 20,3-8)
O que no relato do Espírito Santo, viu o apóstolo, que o fez crer? E por que “o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus” estava dobrado num lugar à parte?
Essa santa relíquia, tão distintamente mencionada na Sagrada Escritura, foi profetizada por São Bráulio na antiguidade, que seria guardada pelos apóstolos para os tempos futuros.(será que os historiadores sabiam disso) É de fato uma prova material da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nunca um objeto histórico foi tão contestado em sua autenticidade, assim como também nunca um objeto histórico foi tão cientificamente comprovado, além das próprias evidências históricas documentadas.
Muitos céticos e alguns cientistas afirmam que a ressurreição de Cristo não passa de uma armação. Isto não é verdade porque Jesus realmente ressuscitou, pois se o seu corpo houvesse sido retirado do sepulcro por seus seguidores visando a anunciar uma ressurreição, certamente isto teria sido feito levando o pano que o encobriu, pois seria muito mais fácil transportar o corpo tal e qual estava envolvido por ocasião de seu sepultamento, do que removendo o pano e todas aquelas faixas. A verdade é que Jesus subiu aos Céus e o Santo Sudário ficou com as imagens impressas de seu corpo.
“José de Arimatéia...foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo... Recebendo o corpo, José O envolveu em um lençol ainda não usado”. (Mt 27,57-61)
Nosso Senhor quando ressuscitou deixou no túmulo esse lençol.
Como é bem sabido, durante as perseguições dos primeiros séculos, as comunidades cristãs guardavam cuidadosamente as relíquias dos mártires. Segundo São Nino (306 a 337), a mulher de Pilatos teria entregado o Sudário a São Lucas e esse a São Pedro, que o guardou.
Em seu livro “A Verdade sobre o Sudário” Kenneth Stevenson, relator da STURP, diz que “As análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude.
 De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura.”(os grifos são nossos)
Em 1973, foram convidados três especialistas para estudar as fotografias tiradas do Sudário tiradas por Judica-Cordiglia em 1969. Um deles era Dr Max Frei Sulzer, renomado criminologista suíço, fundador e durante vinte e cinco anos diretor do serviço científico da Polícia de Zurique, botânico autodidata e protestante.
Frei conquistara sua reputação internacional mediante a análise de substâncias microscópicas. Trabalhou na análise de muitos crimes e acidentes importantes de repercussão mundial. Mesmo depois de aposentado, foi consultor das autoridades policiais de diversos países.
Max Frei foi educado como protestante zwingliano e estava muito distante das propensões católicas. Ainda no meio de sua pesquisa, tendo já perdido seu ceticismo inicial sobre a autenticidade do Sudário, em 8 de Março de 1976 declarou: “... A presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde já, mesmo antes de chegarmos à identificação  completa de todos os fósseis e microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o Santo Sudário não é uma falsificação.”( os grifos são nossos)

Em 1995, o Dr Mills  de Allan propôs uma “teoria de oxigênio encapsulado” para explicar o mecanismo que produziu a imagem do sudário.no seu relatório de pesquisa,publicado em Interdisciplanary Science Reviews (Revisões de Ciências Interdisciplinares) ele declara que algum mecanismo deveria ser acionado no sentido de levar em conta todos os seguintes fatos que emergiram da Análise do Sudário:
A ausência de qualquer distorção na imagem do sudário.
A ausência aparente de qualquer tipo de tinta.
A ausência de qualquer traço detectável de prata ou cromo,que apareciam necessariamente como evidência de qualquer experimentação com processos fotográficos.
A imagem encontra-se impressa num só lado do pano.
A densidade da imagem é inversamente proporcional a distância do corpo em relação ao pano.
A sensibilidade aparente da imagem aos cortes da linha utilizada na confecção do linho do sudário.
Como vimos,são muitas as evidências da autenticidade do Sudário(ao contrário um pouco do que foi exibido na matéria do fantástico)
 Colocamos só algumas aqui nesse estudo, para darmos uma pequena idéia aos nossos irmãos e irmãs do blog do Apostolado Defesa Católica.
Não precisávamos do Sudário para bradar: Jesus Cristo ressuscitou, verdadeiramente ressuscitou. A santa amada Igreja já nos ensinou isto.
No entanto, Deus nos deixou essa prova material, que quase miraculosamente foi preservada durante dois mil anos.
E uma prova material tão forte que atinge diretamente os céticos ateus e materialistas. E o ódio que ele desperta provoca ações de difamação no mundo inteiro, com apoio irrestrito de muitos setores da imprensa, que publicam qualquer artigo, por mais incompleto e parcial que ele seja.
O fato é que quanto mais se estuda, mais se comprova a autenticidade do Sudário. O que sempre nos impele a poder gritar: Jesus Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou!
Fontes: Site Montfort e Livro "Católico pode e não pode e porquê?"