A chegada do mês de Maio traz, na piedade popular, a devoção a Maria Santíssima, uma das mais ricas fontes de espiritualidade da fé católica. Expresso de diversas formas, o carinho dos cristãos pela Mãe de Deus tem como fontes privilegiadas os próprios evangelhos. Primeiramente, o autor do terceiro evangelho e dos Atos dos Apóstolos coloca na boca de Maria a profecia de que todas as gerações a proclamariam bem-aventurada (cf. Lc 1,48). Da mesma forma, ele afirma sua presença orante junto dos primeiros discípulos do Senhor à espera do Pentecostes (cf. At 1,14).
Uma das maneiras de agradecermos a Deus pelos exemplos é pela intercessão da Virgem na vida dos fiéis é através da "Ladainha de Nossa Senhora". Essa maneira de rezar, herdada de povos do antigo Oriente (não apenas de povos cristãos), talvez tenha ganhado a forma que conhecemos hoje em fins da idade Média. Por isso, ela pode ser conhecida também como " Ladainha Lauretana", pois era a forma de rezar dos cristãos da cidade de Loreto, na Itália.
As ladainhas (não apenas a de Nossa Senhora) seguem uma fórmula mais ou menos constante. Elas são rezadas em forma de responsório, onde um presidente ou um cantos entoa as primeiras partes e a assembléia responde com as inovações próprias de cada momento. Sua estrutura começa sempre com aclamações a Santíssima trindade e terminam com alusões ao Cristo Senhor, implorando sua piedade. No caso da Ladainha Mariana, o corpo dela traz os diversos títulos que a piedade popular foi reconhecendo na vida de Nossa Senhora, sempre seguidos do pedido " rogai por nós".
Em sua Carta Apostólica " Rosário da Virgem Maria", de 16 de outubro de 2002, o saudoso beato Papa João Paulo II faz referência a ladainha como uma das formas de se encerrar a oração do Rosário (cf. nº 37). Ambas as orações se completam ao engrandecer a vida daquela "que acreditou" (Lc 1,45) nas promessas que lhe foram feitas. Por tudo o que ela representa, que neste mês de Maio nossas orações a Mãe de deus e nossa Mãe reforcem nossa adesão à vida e à missão de seu filho, pois ela é, segundo o documento de Aparecida (nº 266), um autêntico exemplo de discípula e missionária.
Fonte: Jornal do Evangelizador - Maio/2012
Padre Leandro Cury
Arquidiocese do Rio de Janeiro
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