domingo, 11 de março de 2012

Linda meditação feita pelo nosso caro Bispo Dom Henrique !!
A resposta a todas as perguntas: a cruz de Nosso Senhor!

Realmente, o modo de agir de Deus nos surpreende totalmente: primeiro, Ele Se revela Se escondendo. É assim na criação, é assim na história, é assim na Igreja, é assim na vida de cada um de nós... Depois, vem a nós de modo pessoal, concreto, visível, palpável, no Seu Filho, o Amado. Mas, Jesus nosso Senhor, ao revelar-Se nos desconcerta, Se esconde, em certo sentido, porque nos cega o entendimento! Como assim? - pergunta-me você.

Não é Se esconder, não é dar um nó no nosso juízo revelar-Se frágil, pobre, derrotado numa cruz, incapaz de salvar-Se? Vimo-Lo sofredor, vimo-Lo homem de dores, vimo-Lo cravado na cruz, vimo-Lo morto, deixamo-Lo, cadáver, no túmulo... Mas vivo, ressuscitado, glorioso, triunfante, não O vimos diretamente, não O tocamos em primeira mão! – Senhor, por que é sempre assim? Por que és como a água: quando vamos prender-Te em nossas mãos, Tu nos escapas e exiges que creiamos? Deixas rastros, atrás de Ti deixar marcas, sinais... Mas, és assim: revela-Te escondendo-Te, dá-Te retendo-Te para Te dares plenamente somente na glória final!

Eis por que o Apóstolo não hesita em afirmar já há dois mil anos o que hoje sentimos tão forte (cf. 1Cor 1,22-25): “Os judeus pedem sinais, os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos”. O sinal que Deus apresenta para Israel, o remédio que Deus preparou para curar a violação da Lei é o seu Filho crucificado, morto e ressuscitado! E mais: a explicação, a resposta que Deus continua a contrapor à humana soberba, à uma razão que pensa que se basta a si mesma, é o Filho, que somente pode ser visto agora e agora apreendido na fé, por quem dobra os joelhos e cala o coração!

Meu Leitor paciente e amigo, olhemos para nós, o Novo Povo de Deus, Igreja santa, Mãe católica, o Povo nascido da morte e ressurreição de Cristo. Não somos mais obrigados a cumprir os detalhados preceitos da Lei de Moisés, mas somos convidados a olhar o Crucificado, cujo corpo macerado é o lugar do perdão e do encontro com Deus, o lugar da nova e eterna Aliança... Olhando o Crucificado, ouçamos, mais uma vez, como Israel: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair da casa da escravidão, da miséria do pecado e da morte, da escuridão de uma vida sem sentido! Eu te dei o Meu Filho amado! Não terás outros deuses diante de mim!”

Compreende, Irmão? Os preceitos do Antigo Testamento passaram; não, porém, a exigência de um coração todo de Deus, um coração que O ame, um coração sem divisão! E, para nós, a exigência é ainda maior, porque Israel não tinha ainda visto até onde iria o amor de Deus; quanto a nós, sabemos: “Deus amou tanto o mundo que entregou o Seu Filho para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Meu caro em Cristo, convertamo-nos! Você e eu ergamos os olhos para o Crucificado, “Poder de Deus e Sabedoria de Deus”, e mudemos de vida! Que nossa fé não seja fingida, superficial, descomprometida; que nossa religião não seja simplesmente uma prática fria e sem desejo de real conversão ao Senhor nosso!

Crer de verdade exige que nos coloquemos debaixo do preceito de amor do Senhor! Estejamos atentos à advertência final e tremenda do Evangelho de hoje: “Vendo os sinais que Jesus realizava, muitos creram no Seu nome. Mas Jesus não lhes dava crédito, pois conhecia a todos... conhecia o homem por dentro”. - Ah, Senhor Jesus! Tem piedade de nós! Converte-nos a Ti e, depois, olha o nosso coração convertido e dá-nos a Tua salvação! Piedade, Senhor! Livra-nos de ser um desses, que creem, mas não merecem a Tua confiança, porque mantêm o coração longe de Ti! Na tua misericórdia infinita, converte-nos e conduze-nos às alegrias da Páscoa! A Ti a glória, Cristo-Deus, pelos séculos dos séculos! Amém.
 Paz e Bem!

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