É bom não perder de vista o que a Rede Globo anda dizendo dos católicos. É triste, muito triste mesmo... e parece que a Igreja não tem se dado conta disso, não tem protestado, antes, tem subestimado o poder destruidor desta atitude dos programas televisivos globais.
Pensemos em alguns exemplos concretos. Na novela das 18 horas, vejam-se os católicos praticantes que nos são apresentados: uma carola perversa, auto-suficiente e vaidosa, rezadeira, de uma oração completamente desvinculada do Evangelho. O padre da novela é bonzinho... mas completamente insensível aos pobres: a eles não vai, para eles não liga, neles não acredita... Na novela das 19 horas há um anjo... que é uma piada, uma verdadeira vulgarização e um desrespeito à idéia que os cristãos têm dos anjos. Às 20 horas temos uma mãe-de-santo sábia, prudente, humana e sensível... e temos quatro carolas católicas insuportáveis: afetivamente frustradas, fofoqueiras, sem misericórdia nem nenhum sentido de nobreza de sentimentos. O prefeito municipal, um tirano corrupto e amoral apareceu na novela sendo crismado, por um bispo que tranqüilamente fazia papel do palhaço, como o padre da novela, que só aparece para abençoar casamentos de quem vai ao terreiro, vive tranqüilamente suas relações pré-matrimoniais e nenhuma importância dá à vida cristã. A celebração de um matrimônio católico, nas novelas da Globo, dá a impressão de um simples evento social, sem nenhum conteúdo sério de vida cristã. Um, que houve recentemente na novela das oito, foi um circo...
De modo geral, a idéia que se passa na Globo de uma pessoa religiosa católica, de um católico praticante, é um neurótico, que tem tendência a uma religiosidade fanática e hipócrita, cheio de recalques, preconceitos e bitolamentos... alguém insensível ao amor ao próximo, à solidariedade e a uma experiência de Deus que seja profunda, madura, construtiva e aberta aos outros... Quem é de comunhão dominical, quem vai à igreja não presta, não é sincero, não é maduro e livre humanamente. Os bons, retos e sinceros, são os que não praticam a fé católica e têm sua própria moralzinha de cozinha.
Será exagero, essa avaliação? Pense, você que lê este editorial: qual a última vez que você viu um católico verdadeiro, um católico como os católicos de carne e osso que temos em nossas comunidades? Qual a última vez que viu um moço ou uma moça normais querendo servir a Deus na vida sacerdotal ou religiosa, um casal querendo verdadeiramente buscando ter um namoro ou um matrimônio cristãos? Nem force a memória... você não vai recordar mesmo...
Os autores de novelas em geral argumentam dizendo que se trata somente de diversão, de sátira, de brincadeira... Mentira! Eles formam opinião, eles imprimem imagem... e vai ficando, no inconsciente dos jovens, sobretudo, que ser cristão católico é ser caricatura de gente, rebotalho de humanidade... Como se entusiasmar por uma religião que engendra gente desse jeito? Como admirar uma fé assim? Enquanto isso, na novela “Estrela Guia” o esoterismo de sabor oriental foi exaltado em prosa e verso! Viva o Dalai Lama! viva não sei quem! Abaixo Jesus Cristo e sua Igreja!
Os autores dizem também que, nas novelas, nada mais fazem que retratar a vida... Outra mentira! A grande maioria das pessoas não é como os personagens de novela: nosso povo tem uma moral muito mais elevada e valores muito mais arraigados que aquilo que a tevê Globo deseja mostrar. As novelas não retratam a realidade; elas, perigosamente, buscam formar, plasmar tal realidade... uma realidade não somente acristã, mas também anti-cristã! Que o digam, fora das novelas e também da Globo, o Xuxa, perversora de menores, a Hebe, cínica, o Gugu e companhia...
Será que nós, católicos continuaremos passivos, vendo esse linchamento sutil de nossa fé e de nossa Mãe católica? Seria tão bom pronunciamentos do Episcopado brasileiros e até de Bispos individualmente protestando contra tal situação! Se se agride qualquer instituição, o protesto logo vem... Protesta-se contra a Igreja e a resposta é o silêncio... Isso não é bom... Isso é subestimar o perigo e superestimar as próprias forças... Isso pode ser omissão...
Artigo do nosso grandioso bispo Dom Henrique Soares da Costa.
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