sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Letras católicas na música litúrgica


"Lex orandi, lex credendi": “A lei da oração é a lei da fé.”. Esta é uma antiga regra que rege a Sagrada Liturgia da Santa Igreja.


Nesse sentido, é evidentente que as letras dos cantos executados na Liturgia precisam ser totalmente compatíveis com a doutrina católica. A Liturgia tem, por si só (não somente nas letras dos cantos, mas em todos os seus gestos e sinais), um caráter catequético, que visa reforçar a nossa fé católica.


Infelizmente, nem sempre é isso que temos visto no Brasil. A crise doutrinal e litúrgica que teve o seu auge na década de 1970 deixou marcas que persistem até hoje. A disseminação da “Teologia da Libertação” (TL) de caráter marxista, condenada pela Santa Igreja teve uma grande influência da vivência litúrgica, e mesmo em letras de músicas que são cantadas até hoje (sobre a TL, ver a "Instrução sobre alguns aspectos da Teologia da Libertação", da Sagrada Congregação para Doutrina da Fé, de 06 de Agosto de 1984).


Ensina-nos o Sagrado Magistério da Santa Igreja que a Hóstia Consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, e que a Santa Missa é Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor (ver Catecismo da Igreja Católica, n. 1356-1381). Mas infelizmente é comum hoje no Brasil, por exemplo, cantos litúrgicos de gênero popular que parecem reduzir a Santa Missa a um simples evento social (um “encontro de irmãos”, “celebração da fraternidade”, “celebração da vida” ou sei-lá-o-que), e o momento da Sagrada Comunhão, onde se recebe o Corpo de Deus, a um mero sinal de comprometimento social (na melhor das interpretações).


Isso quando não vemos cantos repletos de jargões que, embora possam ter uma interpretações católica, são reconhecidamente bandeiras marxistas (como “igualdade”, “fraternidade”), o que facilmente se explica pela ideologia da TL; ou então letras que incitam a luta de classes e o vandalismo (“vou botar fogo...", etc). E infelizmente, tais letras infestam livrinhos de cantos publicados por algumas dioceses.


Há ainda o costume que tem se disseminado que cantar músicas de origem protestante. Mesmo que algumas não contenham heresia, e sejam evidentemente mais espirituais do que as abordadas acima, elas não expressam a fé católica de forma tão precisa, profunda e completa, como aquelas feitas por católicos que visam reforçar os fiéis na fé católica e auxiliá-los a terem as disposições adequadas para usufruir do tesouro supremo que é a vivência eucarística; estas falam muito do amor a Deus, e quando falam do amor ao próximo, falam de maneira pura, isto é, verdeiramente cristã e SEM ideologia marxista.


Vale a pena comparar essas letras, profundamente católicas e também de gênero litúrgico popular, com os cantos que normalmente são ouvidos nas igrejas hoje...

Fonte: Matéria do blog Salve a liturgia


Segue, abaixo, as letras de alguns desses cantos tradicionais e profundamente católicos:


Prometi no meu Santo Batismo


1. Prometi no meu Santo batismos, ser fiel a Jesus sem cessar; o que os pais e padrinhos falaram,/ hoje eu mesmo vim confirmar.


Refrão: Fiel, sincero, eu mesmo quero a Jesus prometer meu amor.
2. Creio, pois, na divina Trindade, Pai Filho e inefável Amor. No mistério do Verbo Encarnado, na Paixão de Jesus Redentor.


3. Eu prometo da Igreja de Cristo os preceitos sublimes guardar; sua voz, como um eco divino, saberei obediente escutar.


Hóstia Branca


1. Hóstia branca no altar consagrada, adorável cordeiro pascal, os mais ímpios mortais regeneras, teus devotos defendes do mal.


Refrão: Sacrosanto maná dos altares, corpo e sangue do meu Redentor. Reverente minh'alma te adora, eu te adoro, mistério de amor.


2. Hóstia santa, consolo dos justos, divinal esperança dos réus, és no mundo o refúgio das almas, és a glória dos santos nos céus.


3. Hóstia pura, sagrado alimento, pão do céu, encerrado no altar. Oh, eu quero guardar-te em meu peito, vem minha alma fiel confortar.


4. Hóstia viva, sacrário de graças, Jesus Cristo, meu Deus e meu Rei, eu por ti viverei santamente, e contente por ti morrerei!


Glória a Jesus


1. Glória a Jesus na hóstia santa, que se consagra sobre o altar, e aos nossos olhos se levanta para o Brasil abençoar.


Refrão: Que o santo Sacramento, que é o próprio Cristo Jesus seja adorado e seja amado nesta terra de Santa Cruz!


2. Glória a Jesus, Deus escondido, que, vindo a nós na comunhão, purificado, enriquecido, deixa-nos sempre o coração.


3. Glória a Jesus, prisioneiro do nosso amor, a esperar, lá no sacrário o dia inteiro, que o vamos todos procurar.


4. Glória a Jesus, que ao rico e ao pobre se dá na hóstia em alimento, e faz do humilde e faz do nobre um outro Cristo em tal momento!


5. Glória a Jesus na Eucaristia, cantemos todos sem cessar, certos também que, de Maria, bênçãos a Pátria há de ganhar.


Eu te adoro, Jesus-Hóstia


1. Eu te adoro, Jesus-Hóstia,Eu te adoro, Deus de Amor! És dos Anjos o suspiro, E dos homens glória e honor.


Refrão: Eu te adoro, Jesus-Hóstia,Eu te adoro, Deus de Amor!
2. Eu te adoro, Jesus-Hóstia,Eu te adoro, Deus de Amor! És dos fortes a doçura,E dos fracos o vigor.


3. Eu te adoro, Jesus-Hóstia,Eu te adoro, Deus de Amor! És na vida alento e força, E na morte o defensor.


4. Eu te adoro, Jesus-Hóstia,Eu te adoro, Deus de Amor!És na terra fiel amigo,E do Céu, feliz penhor.


5. Eu te adoro, Jesus-Hóstia, Eu te adoro, Deus de Amor! És meu Deus, excelso e grande, E dos séculos, o Senhor.


Bendito, louvado seja


1. Bendito, louvado seja, bendito, louvado seja, o Santíssimo Sacramento, o Santíssimo Sacramento


2. Os anjos, todos os anjos, Os anjos, todos os anjos, louvam a Deus para sempre, amém, louvem a Deus para sempre, amém.


3. Fazei-nos, Virgem Maria, fazei-nos, Virgem Maria, sacrários vivos da Eucaristia, sacrários vivos da Eucaristia.


Coração Santo


Refrão: Coração Santo, Tu reinarás; Tu nosso encanto, sempre serás!Coração Santo, Tu reinarás; Tu nosso encanto, sempre serás!


1. Jesus amável, Jesus piedoso, Pai amoroso, frágua de amorAos Teus pés venho, se Tu me deixas, Sentidas queixas, humilde expor!


2. Divino Peito, que amor inflama, Em viva chama, de Eterna Luz, Porque até em sempre, reconcentrada, Não adorada, Doce Jesus!


3. Correi, cristãos, vinde adorar, Vinde louvar, O Bom JesusCom grande ardor, Rendei-lhes preitos, Com os eleitos, na Eterna Luz!


4. Divino Sol, espanca a treva, Que já longeva, o mundo envolve;Aos pecadores, aos ignorantes, Que andam errantes, Teus olhos volve!


5. Estende às almas, Teu suave fogo, E tudo logo, se inflamará, Mais tempo a terra, no mal sumida, Empedernida, não ficará!


6. Por estas chamas, de Amor benditas, Nunca permitas, ao mal reinar, Ao Brasil chegue, Tua caridade, Que ele em verdade, Te saiba amar!


7. Divino Peito, onde se inflama, A doce chama, da caridade; Não a conserves, reconcentrada, Mas dilatada, na Cristandade!


Vitória, tu reinarás


Refrão: Vitória, tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás! Vitória, tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás!


1. Brilhando sobre o mundo, Que vive sem tua luz, Tu és um sol fecundo, De amor e de paz, ó cruz!


2. Aumenta a confiança, do pobre e do pecador, Confirma nossa esperança, Na marcha para o senhor.


3. À sombra dos teus braços, a Igreja viverá, Por ti no eterno abraço O Pai nos acolherá.

Prova de amor maior não há


Refrão: Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!
1. Eis que eu vos dou um novo Mandamento:"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"


2. Vós sereis os meus amigos se seguirdes meu preceito:"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"
3. Permanecei em meu amor e segui meu madamento:"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"
4. E chegando a minha Páscoa, vos amei até o fim:"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"
5. Nisto todos saberão que vós sois os meus dicípulos:"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"


 Hino à Nossa Senhora da Piedade


Ó Virgem Senhora Mãe da Piedade
livrai-nos das penas da eternidade.

Por este Senhor que tendes nos braços
pelas vossas dores dirigi meus passos.

Dirigi meus passos e meus pensamentos
de palavra e obras dai-me sentimentos

Dai-me sentimentos dai-me contrição
abrasai de amor este coração.

Este coração ingrato e traidor
foi tão desleal ao meu Redentor.

Ao meu Redentor que pra nos salvar
no lenho da cruz deixou-se cravar.

Deixou-se cravar entre dois ladrões
para satisfazer as nossas paixões.

As nossas paixões ó meu Salvador
cantemos vitória com nosso Senhor.

Com nosso Senhor convosco também
levai-nos à glória para sempre. Amém.




Bendita e Louvada Seja


Bendita e louvada seja / a Paixão do Redentor,
Que por nós sofreu martírios, / morreu por nosso amor! (bis)
Os céus cantam a vitória / de nosso Senhor Jesus;
Cantemos também na terra / louvores à Santa Cruz! (bis)
Humildes e confiantes / levemos a nossa cruz;
Seguindo sublime exemplo / de nosso Senhor Jesus! (bis)
Cordeiro imaculado, por todos morreu Jesus, remido as nossas almas, é Rei pela sua cruz (BIS).
É arma em qualquer perigo, é raio de eterna luz, bandeira vitoriosa, o santo sinal da cruz (BIS).
Ao povo aqui reunido / daí graças, perdão e luz;
Salvai-nos ó Deus clemente, / em nome da Santa Cruz! (bis)
Bendita e louvada seja / a Paixão do Redentor,
Que por nós sofreu martírios, / morreu por nosso amor! (bis)
Os céus cantam a vitória / de nosso Senhor Jesus;
Cantemos também na terra / louvores à Santa Cruz! (bis)
Humildes e confiantes / levemos a nossa cruz;
Seguindo sublime exemplo / de nosso Senhor Jesus! (bis)
Cordeiro imaculado, por todos morreu Jesus, remido as nossas almas, é Rei pela sua cruz (BIS).
É arma em qualquer perigo, é raio de eterna luz, bandeira vitoriosa, o santo sinal da cruz (BIS).
Ao povo aqui reunido / daí graças, perdão e luz;
Salvai-nos ó Deus clemente, / em nome da Santa Cruz! (bis)




Perdão meu Jesus

Perdão meu Jesus, Perdão, Deus de amor,
Perdão, Deus clemente, Perdão, meu Senhor!



Eis-m'a vossos pés, grande pecador;
Meus enormes crimes, Perdoai, Senhor.



Já os meus pecados, lamento com dor;
Estou compungindo, Perdoai, Senhor.



De quanto sofrestes, fui o causador;
Por êstes tormentos, Perdoai, senhor.



Sou mais delinquente, que Judas traidor;
Mas a vós recorro, Perdoai, Senhor.



Por vossas angústias, oração, suor,
E cálix do horto, Perdoai, Senhor.



Por essa perfídia, com que o traidor;
Beijou sua face, Perdoai, Senhor.



Pelas duras cordas, com que sem amor;
Cruéis vos ligaram, Perdoai, Senhor.



Pela crueldade, dos maus e furor,
Com que vos levaram, Perdoai, Senhor.



Por serdes trazidos, com'um sedutor,
A tribunal d'homens, Perdoai, Senhor.



Pelas bofetadas, com que em furor,
Vos ferem o rosto, Perdoai, Senhor.



Por tantos açoites, quem em vós com rigor,
Imenso então deram, Perdoai, senhor.



Pela coroa d'espinhos, que vos mandaram pôr,
Na fronte divina, Perdoai, senhor.



Pela santa Virgem, que com grande dor,
Foi ao vosso encontro, Perdoai, Senhor.



Pela cruz pesada, que vos pôs sem côr,
Pelas vossas quedas, Perdoai, senhor.



Pela indigna cana, que como impostor,
Levastes nas mãos, Perdoai, Senhor.



Pelos duros cravos, que com crua dor,
Mãos e pés rasgaram, Perdoai, Senhor.



Pelo fel, vinagre, d'extremo amargor,
Qu'a beber vos deram, Perdoai, Senhor.



Pela cruel lança, com que um malfeitor, 
Rasgou vosso lado, Perdoai, Senhor


O Meu Coração É Só de Jesus

1. No tempo em que eu era criança cantava esse canto pensando em Jesus. Agora Jesus estou vendo no irmão que sofrendo carrega sua cruz.
R.: Eu vou com fé viver a vida. Levar amor onde faltar. Levo comigo a esperança de todo mundo poder cantar. O meu coração é só de Jesus. A minha alegria é a Santa Cruz.
2. A gente no mundo de hoje precisa ser forte pra não vacilar. Se a gente não tomar cuidado, Deus fica de lado e o fracasso virá.
3. Os homens só vivem pensando que felicidade é dinheiro na mão. Feliz é quem faz caridade e não guarda maldade no seu coração.
4. Queria sair pelo mundo gritando bem forte que existe o amor. Queria que em todo semblante se abrisse um sorriso igual uma flor.
5. A gente que vive brigando, que vive falando da vida que tem. A vida é um peso suave que a gente carrega do jeito que vem.
6. Eu sinto que a vida da gente parece uma história na mesa do altar. Um pão repartido com todos, louvor que se oferta no dom de se dar.

sábado, 19 de novembro de 2011

Cristo, rei do universo


A Igreja encerra o Ano Litúrgico da Igreja com a festa de Cristo Rei, coroando toda essa jornada.

Cristo Rei foi uma das últimas celebrações instituída pelo Papa Pio XI, na época em que o mundo passava pelo pós-guerra de 1917, marcado pelo fascismo na Itália, pelo nazismo na Alemanha, pelo comunismo na Rússia, pelo marxismo-ateu, pela crise econômica, pelos governos ditatoriais que solapavam toda a Europa, pela perseguição religiosa, pelo liberalismo e outros que levavam o mundo e o povo a afastar-se de Deus, da religião e da fé, culminando com a 2ª Guerra Mundial.

O Papa Pio XI instituiu essa festa para que todas as coisas culminassem na plenitude em Cristo Senhor, simbolizado no que diz o Apocalipse: ”Eu sou o Alfa e o Ômega, Principio e Fim de todas as coisas.” (Ap1, 8) Ressalta a restauração e a reparação universal realizada em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história. Nessa festa, celebra-se também nossa participação no Reino de Deus, sob a condição de aderirmos à verdade trazida por Jesus, pela qual somos caminheiros que se dirigem à Casa do Pai, para participarmos da mesa do Reino e de assumirmos o compromisso do Evangelho.

A celebração, fechando o Ano Litúrgico, traz para nós cristãos a reflexão em torno da vida de Jesus que significa para nós a salvação, onde impera no mundo o pecado.

Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei, e Ele responde que seu reino não é deste mundo de injustiça, ódio, morte e dor.Ele é rei do reino de seu Pai que, como pastor, guia a sua Igreja neste mundo para o reino celeste. Por isso, fazer parte desse Reino é fazer comunhão com Ele, transformar o mundo em que vivemos.

Jesus Cristo é rei e pastor que nos leva ao Reino de Deus, que nos tira das trevas do erro e do pecado, que nos guia para a plena comunhão com o Pai pelo amor. Jesus nos aponta como “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6) para que possamos imitá-lo mesmo diante de nossas fraquezas e medos, morrer com Ele para participarmos de sua vitória.

Olhando o nosso mundo, vemos o sofrimento de tantos irmãos que trazem consigo a cruz de Cristo, como sinal de vitória e de redenção do mundo. Mesmo diante das nossas aflições, dores, angustias e injustiças, não podemos ser derrotados, mesmo quando estivermos sozinhos, quando nos sentimos abandonados como os discípulos abandonaram Jesus. Portanto a amargura não poderá tomar conta de nosso coração. Não podemos querer entender a Deus em seu mistério, nem duvidar de seu amor para com todos, mas acolher tudo por amor a Deus, como festa de um grande banquete do qual um dia participaremos na eternidade.

Bem-aventurados aqueles que sofrem, são perseguidos e padecem todo tipo de injustiças, pois como servo bom e fiel, um dia acolhido por Jesus na mesa do Reino, será bendito. E Ele passando servirá aqueles que souberam viver a justiça, a caridade e fazer o bem na vida dos irmãos.

É a grande promessa de Jesus para nós, filhos benditos do Pai: sua realeza não é deste mundo, por isso devemos anunciar a verdade libertando os homens do pecado, dando-lhes uma verdadeira conversão do coração.

Jesus é a testemunha fiel da verdade, isto é , seu desígnio de salvação do mundo. Veio revelar com a própria vida o grande sacrifício da cruz, da sua paixão e morte por amor, nessa mesma cruz pela qual Ele atrairá todos ao seu coração. Tudo por amor, fonte primeira de união com Deus, Ele desfaz as injustiças em liberdade, tornando grande sacerdócio do povo santo de Deus em que cada um se santifica no mundo.

Ser cristão é construir o Reino de Cristo no mundo através do serviço gratuito e fraterno, humilde, deixando-se fazer a vontade do Pai. Você está disposto a fazer acontecer o Reino? De que maneira?

Junto com a solenidade de Cristo Rei, celebra-se o Dia do Leigo e da Leiga, que possuem uma vocação especial, muitas vezes esquecida. Ser leigo e leiga no mundo de hoje é um desafio. Os cristãos leigos ocupam diversos serviços na vida da Igreja e assumem uma vocação particular de constituir família e ser testemunho no meio dos outros, como pedras vivas da Igreja, trabalhadores do Reino Cristo-Rei.


Padre José Cipriano Ramos Filho é pároco da Paróquia São José, em Santa Bárbara D’Oeste

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Os católicos da Globo"

É bom não perder de vista o que a Rede Globo anda dizendo dos católicos. É triste, muito triste mesmo... e parece que a Igreja não tem se dado conta disso, não tem protestado, antes, tem subestimado o poder destruidor desta atitude dos programas televisivos globais.
Pensemos em alguns exemplos concretos. Na novela das 18 horas, vejam-se os católicos praticantes que nos são apresentados: uma carola perversa, auto-suficiente e vaidosa, rezadeira, de uma oração completamente desvinculada do Evangelho. O padre da novela é bonzinho... mas completamente insensível aos pobres: a eles não vai, para eles não liga, neles não acredita... Na novela das 19 horas há um anjo... que é uma piada, uma verdadeira vulgarização e um desrespeito à idéia que os cristãos têm dos anjos. Às 20 horas temos uma mãe-de-santo sábia, prudente, humana e sensível... e temos quatro carolas católicas insuportáveis: afetivamente frustradas, fofoqueiras, sem misericórdia nem nenhum sentido de nobreza de sentimentos. O prefeito municipal, um tirano corrupto e amoral apareceu na novela sendo crismado, por um bispo que tranqüilamente fazia papel do palhaço, como o padre da novela, que só aparece para abençoar casamentos de quem vai ao terreiro, vive tranqüilamente suas relações pré-matrimoniais e nenhuma importância dá à vida cristã. A celebração de um matrimônio católico, nas novelas da Globo, dá a impressão de um simples evento social, sem nenhum conteúdo sério de vida cristã. Um, que houve recentemente na novela das oito, foi um circo...
De modo geral, a idéia que se passa na Globo de uma pessoa religiosa católica, de um católico praticante, é um neurótico, que tem tendência a uma religiosidade fanática e hipócrita, cheio de recalques, preconceitos e bitolamentos... alguém insensível ao amor ao próximo, à solidariedade e a uma experiência de Deus que seja profunda, madura, construtiva e aberta aos outros... Quem é de comunhão dominical, quem vai à igreja não presta, não é sincero, não é maduro e livre humanamente. Os bons, retos e sinceros, são os que não praticam a fé católica e têm sua própria moralzinha de cozinha.
Será exagero, essa avaliação? Pense, você que lê este editorial: qual a última vez que você viu um católico verdadeiro, um católico como os católicos de carne e osso que temos em nossas comunidades? Qual a última vez que viu um moço ou uma moça normais querendo servir a Deus na vida sacerdotal ou religiosa, um casal querendo verdadeiramente buscando ter um namoro ou um matrimônio cristãos? Nem force a memória... você não vai recordar mesmo...
Os autores de novelas em geral argumentam dizendo que se trata somente de diversão, de sátira, de brincadeira... Mentira! Eles formam opinião, eles imprimem imagem... e vai ficando, no inconsciente dos jovens, sobretudo, que ser cristão católico é ser caricatura de gente, rebotalho de humanidade... Como se entusiasmar por uma religião que engendra gente desse jeito? Como admirar uma fé assim? Enquanto isso, na novela “Estrela Guia” o esoterismo de sabor oriental foi exaltado em prosa e verso! Viva o Dalai Lama! viva não sei quem! Abaixo Jesus Cristo e sua Igreja!
Os autores dizem também que, nas novelas, nada mais fazem que retratar a vida... Outra mentira! A grande maioria das pessoas não é como os personagens de novela: nosso povo tem uma moral muito mais elevada e valores muito mais arraigados que aquilo que a tevê Globo deseja mostrar. As novelas não retratam a realidade; elas, perigosamente, buscam formar, plasmar tal realidade... uma realidade não somente acristã, mas também anti-cristã! Que o digam, fora das novelas e também da Globo, o Xuxa, perversora de menores, a Hebe, cínica, o Gugu e companhia...
Será que nós, católicos continuaremos passivos, vendo esse linchamento sutil de nossa fé e de nossa Mãe católica? Seria tão bom pronunciamentos do Episcopado brasileiros e até de Bispos individualmente protestando contra tal situação! Se se agride qualquer instituição, o protesto logo vem... Protesta-se contra a Igreja e a resposta é o silêncio... Isso não é bom... Isso é subestimar o perigo e superestimar as próprias forças... Isso pode ser omissão...

Artigo do nosso grandioso bispo Dom Henrique Soares da Costa.